A palavra "felicidade", tem sua origem no latim e significa fortuna ou sorte nas coisas feitas pelo homem.
Avaliando somente o seu significado, fica evidente que sua interpretação usual esta correta, ou seja, felicidade refere-se apenas às questões que envolvem a nossa condição humana como: trabalhar, formar familia, se divertir, etc. Neste sentido strictu, se fôssemos todos ateus, a procura por ela seria o nosso objetivo maior de vida. Como usualmente, praticamos algum tipo de religião ou acreditamos em algo maior, a falicidade mundana entra em conflito com a idéia da evolução espiritual. O curioso porém, é que em sua definição a felicidade está associada à sorte, e esta indica uma independência em relação a nossa vontade, atribuindo à primeira uma característica etérea e metafísica. Mesmo diante deste conflito filosófico clássico, somos acometidos pela idéia de simplesmente sermos felizes.
A felicidade, como inúmeros outros subjetos da percepção humana, é extremamente influenciada pela comparação. A exemplo da beleza, sempre criamos um parâmetro para avaliar sua intensidade ou dimensão, apesar de sabermos ser isto impossível. Por ser meramente comparativa, a felicidade é uma percepção e não um sentimento ou emoção. Devido a esta sua característica, ser feliz, ou infeliz, incorrere em tomarmos a consciência, ou não, disto. Portanto, combinando a felicidade com a consciência poderemos orbitar em 4 estados:
- Feliz consciente;
- Feliz inconsciente;
- Infeliz consciente;
- Infeliz inconsciente.
Conhecendo os possíveis estados, é natural fazermos uma auto-avaliação para tentar descobrir em qual nível de cosciência nos encontramos. Quando pensamos sobre isso, admitimos para si próprios que a idéia de felicidade perde um pouco de sua importância, pois não temos certeza do quão consciente somos ou estamos para perceber isto.
Obra onde Bertrand Russel aborda a felicidade em suas diversas formas. O curioso é que neste livro ele explica o quanto foi dificil ter consciência de sua própria vida. |
Admitindo que seja muito dificil nos tornarmos pessoas conscientes no sentido pleno da palavra, podemos afirmar, com bastante certeza, que todos somos, a priori, inconscientes. Assim nos resta apenas dois estados possiveis de ocupação: Felizes Inconsciente e Infelizes Inconsciente.
Após as proposições apresentadas podemos entender o porquê, no senso comum, consideramos que os ignorantes sejam seres felizes. Na realidade eles nem pensam sobre isso, pois são incoscientes da sua condição e portanto não questionam. Mas, por outro lado, nós, ao afirmarmos que estes são felizes, sinalizamos a nossa infelicidade e a nossa total inconciência. Portanto, lhes pergunto: faz sentido falarmos em felicidade, ou qualquer outra coisa, de forma inconsciente? ou melhor, será que se nos tornarmos conscientes iremos precisar da felicidade?
Esta obra simples é um bom ponto de partida para desenvolvermos a consciência. |
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