Inúmeros termos e definições estão descritos e são utilizados na Administração de Empresas de forma reiteradas, porém alguns totalmente incompreendido e pouco aplicados eficazmente, entre estes podemos destacar: a liderança e a inovação. Vale lembrar, que o primeiro serve como base de todos os processos e sistemas que vem posteriormente, mas é pouco entendido profundamente.
Muitos autores tentam encontrar características, fatores ou critérios para identificar um líder, porém, se observamos atentamente, o grande atributo que esperamos em uma liderança é incomun e, de certa forma, difícil de ser percebido e reconhecido na cultura industrial: a nobreza.
A termo "nobre" e "nobreza" são aquelas expressões que sofreram uma grande alteração em seu significado ao longo do tempo. Há exemplo da palavra caos, que representava vazio ou nada e hoje é entendida como desordem, a palavra nobreza inicialmente referenciava pessoas "raras", com comportamento diferenciado e gentil, indicando principalmente a retidão e a ética. Atualmente, quando se pensa em um nobre, imagina-se alguém abastado e com muito sucesso financeiro. Esta ideia errônea foi consolidada pela separação das classes e pelos títulos oferecidos pelos regimes de governos monárquicos.
Na literatura vigente, a liderança é tratada como um "processo", sem a necessidade da ética. Isso é um grande equívoco e constrói uma ideia distorcida do que seja um verdadeiro líder. Primeiro, porque a definição de processo pressupõe um conjunto de atividades realizadas, em uma sequência lógica, com objetivo de produzir algo para um grupo específico. Segundo, o fato de não contemplar ações éticas, descaracteriza os fundamentos ou qualquer significado grandioso das coisas ou organizações, reduzindo a importância das realizações e das atividades humanas. Talvez seja por isso que as empresas e corporações encontrem dificuldades na busca pela motivação e o comprometimento de seus profissionais.
Resumindo, liderança não é uma sequência elaborada e premeditada de ações com o único objetivo de alcançar um resultado de interesse para poucos. Um líder deve ser inspirador e orientador pela sua própria postura e forma de pensar, a qual, por ser mais elevada, deve servir como uma referência para todos. Neste sentido, não há melhor atributo para um líder do que a nobreza. Na Europa do sec. XVIII foi cunhada uma expressão indicativa de como é percebido um nobre: "Noblesse Oblige", ou seja "A Nobreza Obriga". Isso mostra que o respeito e o prestígio trazem consigo responsabilidades e deveres, literalmente, a marca dos verdadeiros líderes.
A partir da aplicação do atributo de nobreza a um líder, exclui-se totalmente a necessidade em caracterizá-lo, fazendo com que as ações de um grupo, empresa ou corporação, passam a ter sentido e significado mais amplos, como devem ser todas as realizações humanas.
Como afirmado inicialmente, um líder determina e orienta todos os demais processos empresariais, especialmente a inovação. Neste sentido, pode-se afirmar que empresas inovadoras possuem líderes, ou melhor, nobres no comando. Assim podemos afirmar que toda a inovação é, efetivamente, um processo de nobreza.
