Bem amigos, parece que vagarosamente estamos descobrindo que qualquer esporte é apenas entretenimento. O futebol não é nada mais do que um esporte. Não se desenvolve um pais com futebol, nem muito menos a resolvemos nossos problemas com ele. O patriotismo atribuído aos "torcedores" da seleção brasileira não é respaldado por ações de cidadania dos mesmos, cotidianamente. O que presenciamos a cada Copa é um espécie de minisérie de suspense onde o diretor é o técnico e a produção fica por conta dos órgãos de imprensa e seus patrocinadores.
A Copa revela para um país como o Brasil, a sua mais profunda falta de identidade nacional, isso pode observado em duas atitudes: 1a.) não aceitamos a nossa derrota considerando o adversário superior e 2a.) torcemos para que um pseudo adversário perca como forma de obter o próprio consolo. Nestas duas atitudes, expressamos a nossa pobreza em avaliar o que o esporte, em si mesmo, poderia trazer de melhor além de uma vitória. Consequentemente, continuamos a repassar, às novas gerações, que o mais importante é o resultado e não o processo.
Nesta questão envolvendo a identidade, é importante destacar que, ao contrário do que diz o livro "Veias Abertas da América Latina", não temos nenhum parentesco cultural com os outros países latinos e muito menos dívidas. Somos tão diferentes culturamente de nossos vizinhos quanto o México é dos Estados Unidos. A questão é que não desejamos aceitar isso como verdade, como se uma diferença cultural implicasse em uma rejeição gratuita ou conflito. Na realidade, o que devemos fazer é reconhecer as diferença e desenvolver o respeito.
A nossa falta de identidade nacional é um questão muito séria, ela gera o racismo e a segregação social. Internamente, não conseguimos ver a nós mesmo como uma nação. Caricaturamos cada região e não valorizamos aquilo que o antropólogo Darci Ribeiro tanto descreveu como o maior diferencial de nossa nação: a miscigenação. O resultado disso tudo são opiniões e reações anti-americanas, anti-argentinas, estatutos raciais, etc.
Precisamos parar de brincar com o que é sério e desenvolver posturas que valorizem o nosso povo, sem desmerecer as outras nações. Apostar em um educação mais ampla, não apenas formal, de forma deixarmos de sermos apenas cordiais e simpáticos. Devemos ser mais empáticos e exercitarmos a humildade.
Dá-lhe Povo Brasileiro!
Bibliografia:
Alvaro Vargas LLosa, et al; Manual do Perfeito Idiota Latinoamericano; Bertrand Brasil - 1997.
Darci Ribeiro; O Povo Brasileiro ; Companhia da Letras - 1995.
Eduardo Galeano; As Veias Abertas da América Latina; Paz e Terra - 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário